Tomb Raider
Tomb Raider foi um dos primeiros jogos 3D que tive contato no PC. Mesmo com aqueles gráficos quadradões da época, o jogo da mulher mais macho dos games era bastante realista e, pra mim, muito divertido. Eu adorava ficar dando cambalhotas, atirar em lobos e mergulhar. Aliás, quando eu descobri que a Lara fazia uma posição de mergulho, lembro que fiquei maluco e só fazia isso no jogo.
Entretanto, eu cresci e nunca mais joguei nenhum game da franquia… Cheguei a tentar jogar o Lara Croft and The Guardian of Light mas não me empolguei muito. Nessa geração, o Tomb Raider havia sido substituída pela ótima série Uncharted, de Drake e sua turma. Só que aí veio a notícia de um reboot de Tomb Raider. Ví os trailers, o making of, entrevistas, imagens, enfim… Entrei no hype totalmente. Essa semana terminei o jogo e agora trago minhas opiniões sobre ele.
A história primeiro
Lara Croft é uma jovem arqueóloga que está viajando num navio com uma equipe de outros arqueólogos, cientistas e historiadores além de uma equipe técnica que farão um documentário sobre essa expedição. A trupe está em busca do reino perdido de Yamatai e, por sugestão de Lara, a expedição se aventura para o Mar do Diabo onde são surpreendidos por uma mega tempestade, que acaba por naufragar o navio.
Todos acabam chegando a uma ilha onde são recebidos por nativos violentos. Lara consegue escapar e começa a busca por seus amigos perdidos que são capturados por uma espécie de milícia na ilha que cultura uma estranha deusa. Lara então começa a descobrir que a ilha talvez não seja tão deserta e mais misteriosa do que pensava.
Jogabilidade
O jogo é um jogo de tiro em terceira pessoa, no popular TPS. Você pode coletar diversas armas durante o jogo e evoluí-las. Além disso, Lara possui diversas habilidades, divididas em três categorias: Caça, Sobrevivência e Combate. Em cada uma delas, você pode gastar pontos acumulados a cada nível passado e obter melhorias para as habilidades da heroína como maior loot ao matar inimigos e animais, counter attacks com diversas armas, entre outras.
Além disso, existe uma mecânica de cover (o famoso murinho) que, apesar de ser já bastante popular nos jogos do mesmo estilo, apresenta uma novidade: o cover é automático, bastando você chegar perto de um muro ou caixa, por exemplo, que a personagem já se “esconde”, ativando o modo cover. Atirar e voltar para o cover é mais simples do que nunca. Tomb Raider, talvez, tenha criado uma nova tendência em jogabilidade. Outro ponto interessante do jogo são os colecionáveis.
Em cada área, existem diversos itens para se coletar como livros, relíquias e coordenadas de GPS. Cada um desses itens acrescenta e aprofunda a história do jogo, dando informações sobre o que aconteceu na ilha. Aliás, os livros contam diversas histórias de vários outras pessoas que passaram pela ilha, desde generais da 2ª Guerra até viajantes perdidos que caíram na ilha.
Um ponto importante é que você pode encontrar os Treasure Maps, que indicam a localização de cada um dos itens escondidos na fase, o que evita que você precise buscar vídeos na Internet atrás desses colecionáveis e fique marcando num papelzinho aquilo que você já pegou (Estou olhando pra você, Assassins Creed). Esses detalhes fazem com que os colecionáveis não sejam chatos de buscar, ao contrário, te fazem querer achar cada um deles para saber o que aconteceu em cada história.
Mas o jogo se chama Tomb Raider e não tem tumba? Pelo contrário, Juvenal. Além dos belos cenários externos, o jogo tem muitas partes onde você deve explorar cavernas atrás dos inimigos. Aliás, existem no jogo algumas Tumbas escondidas, que podem ser exploradas para se recuperar itens secretos. Essas tumbas não tem inimigos mas puzzles a serem resolvidos. São bem fáceis mas divertidos de resolver.
Não vou falar sobre o multiplayer por dois motivos: primeiro, joguei pouco. Segundo, joguei pouco porque é uma porcaria sem tamanho.
Tá, mas e o visual do jogo… e a Lara?
Uma das maiores preocupações dos fãs do jogo era como a Lara iria ficar. Bom, tenho que admitir que ficou sensacional. O pessoal da Crystal Dynamics conseguiu desenvolver uma personagem feminina bastante crível. Começando pela protagonista, Lara Croft foi interpretada por Camilla Luddington que atuou, deu a voz e o modelo à personagem.
Nesse jogo, a heroína não é a personagem fodona que estamos habituados nos outros jogos, pelo contrário. Essa parece ser a primeira aventura real da menina, que aliás sofre bastante. Como ainda é bastante jovem nesse jogo, Lara Croft não tem ainda bem desenvolvida digamos, err… sua marca pessoal.
Se você joga no PC, saiba que os cabelos de Lara Croft são um show a parte. Vi alguns vídeos e pessoas comentando e parece que ele tem vida própria ahUAHuaA. Aliás, pelo buzz que fizeram em cima desse lance do cabelo, parece que primeiro fizeram a engine para movimentar o cabelo e envolta construíram a engine para o jogo… Vai saber!
Lara também não possui todas as habilidades que vemos em outros jogos. Ela até sabe escalar, rolar, se agarrar e tal (o jogo dá uma boa explicação para isso) mas não tem sua característica posição de mergulho nem suas pistolas duplas. O jogo faz uma brincadeirinha com isso no final mas você não chegará a usá-las durante o jogo.
Falando agora do cenário, que jogo bonito! Muitas pessoas falam da saúde dos consoles no final da geração mas esse jogo prova que tanto XBox quanto Playstation ainda conseguem entregar bons gráficos. Como eu falei mais acima, o jogo tem diversos cenários diferentes, passando por florestas, montanhas e cavernas, cada uma com características diferentes.
OK, e sua avaliação é…
Tomb Raider é um excelente jogo, talvez um dos melhores dessa geração toda. Apesar da semelhança com Uncharted, o jogo da Crystal Dynamics é muito competente, divertido e bonito. Aliás, dada a cagada que a Naughty Dog fez com Uncharted 3, talvez Tomb Raider tenha saído dessa geração como o jogo de referência para enredos de exploração.
Minha única crítica ao jogo é a falta de cutscenes pré-renderizadas. O jogo tem várias cutscenes mas com gráficos ingame e em tempo real. Veja bem, não é feio, mas comparada com a primeira cena do jogo (a única pre-rendered e incrível) as outras ficam no chinelo. Considerando que o jogo é publicado pela Square Enix, eu queria muito ter visto mais.
Bom, é isso. Joguem o jogo. É excelente e vale a pena!